Aedes aegypti: Oito óbitos por suspeita de dengue são investigados e 14 cidades estão com alta taxa de incidência de arboviroses na região


Situação das arboviroses causadas pelo Aedes aegypti nos 54 municípios que compõem a área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros foi discutida em reunião realizada com autoridades de saúde. Mosquitos Aedes aegypti no laboratório Oxitec em Campinas, São Paulo 02/02/2016
REUTERS/Paulo Whitaker
A situação das arboviroses causadas pelo Aedes aegypti nos 54 municípios que compõem a área de abrangência da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros foi discutida em reunião realizada com autoridades de saúde nesta sexta-feira (2).
Dados da SRS apontam que oito óbitos suspeitos de terem sido causado por dengue estão em investigação e 14 cidades estão com alta taxa de incidência das doenças relacionadas ao mosquito, que é quando são registrados mais de 300 casos por 100 mil habitantes. .
“Neste ano, mesmo em municípios onde a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já realizou ações de apoio aos municípios na eliminação de Aedes aegypti com aplicação de inseticida com uso de equipamentos de Ultra Baixo Volume (UBV) veicular, as taxas de incidência continuam altas. Só de dengue o número de casos notificados pelos municípios já chegou a mais de 600 e, devido às chuvas que caíram no Norte de Minas nos últimos dias, aliado a períodos de alta temperatura, a tendência é de que haja aumento da proliferação de mosquitos e, consequentemente, de casos notificados de arboviroses”, destacou a coordenadora de vigilância em saúde e do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), Agna Soares da Silva Menezes.
De acordo com a SRS, 10 municípios já foram atendidos pela SES-MG com aplicação de inseticida com utilização de UBV veicular em 2024: Bocaiúva, Engenheiro Navarro, Guaraciama, Francisco Dumont, Glaucilândia, Joaquim Felício, Olhos D´Água, Padre Carvalho, São João da Lagoa e Montes Claros. O UBV veicular deve ser usado em Capitão Enéas e Salinas na próxima semana.
Taxa de incidência
Os números da SRS apontam que a microrregião de Bocaiuva é que tem a situação mais preocupante, todos os municípios estão alta taxa de incidência. Dos oito óbitos, seis são em Bocaiúva, um em Glaucilândia e outro em São João do Paraíso, sendo que apenas a última localidade não está nessa microrregião.
Conforme a SRs, o processo de investigação de uma morte suspeita leva tempo, são analisados, por exemplo, o histórico de saúde da pessoa antes do adoecimento e os sintomas que ela apresentava antes de falecer. Além disso, é feita coleta de material para exames laboratoriais.
Olhos D´Água (3.751,16 casos por 100 mil habitantes)
Francisco Dumont (3.464,36)
Engenheiro Navarro (2.518,10)
Bocaiúva (1.790,47)
Joaquim Felício (1.141,67)
Guaraciama (989,90)
Na microrregião de Salinas, composta por seis municípios, três localidades apresentam alta taxa de incidência de arboviroses: Fruta de Leite (1.140,52), Padre Carvalho (711,74) e Salinas (587,39).
Já nas microrregiões de Montes Claros e Francisco Sá, as maiores taxas de incidência foram identificadas em Juramento (1.247,35 casos por 100 mil habitantes), Glaucilândia (751,37) Botumirim (466,32) e Capitão Enéas (311,88).
Na microrregião de Coração de Jesus, São João da Lagoa registra a maior taxa: 1.327,25 casos por 100 mil habitantes.
Reforço de ações
Por conta desse cenário, os municípios foram orientados a reforçarem as ações para o enfrentamento do Aedes aegypti. As iniciativas devem mobilizar os órgãos governamentais, entidades de classe e sociedade civil organizada, como destacou a secretária de saúde de Montes Claros e presidente regional do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems), Dulce Pimenta.
“Só com a mobilização da população teremos condições de obter êxito no enfrentamento das arboviroses. Além disso, assim como aconteceu durante a pandemia da covid-19, todas as microrregiões de saúde precisam se organizar para atender as demandas de pessoas acometidas pelas doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, seja por meio da disponibilização de leitos clínicos, de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) ou de soroterapia.”
Um alerta sobre o risco de uma epidemia de dengue já havia sido dado pela SRS no segundo semestre de 2023, como noticiou o g1. Na época, as autoridades de saúde falaram que isso poderia ocorrer em função da circulação do sorotipo 3 da doença.
Montes Claros, que é referência hospitalar para as demais localidades já recebeu 54 pacientes acometidos por arboviroses, sendo que oito continuam internados.
“Para atender as demandas de internações, a Secretaria de Saúde de Montes Claros já viabilizou a abertura de 25 leitos clínicos no Hospital Alpheu de Quadros, porém não temos capacidade para atender as demandas provenientes de toda a macrorregião de saúde do Norte de Minas. Para evitar desassistência e óbitos, as microrregiões que possuem leitos de UTI precisam se organizar, senão vai ocorrer um aumento de demandas de internações nos hospitais de Montes Claros, sem termos condições de atendimento.”
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