O recente confronto entre a Estônia e a Rússia no Mar Báltico sinaliza uma escalada nas tensões marítimas na região, destacando a disposição de Moscou em proteger sua “frota sombra” — uma rede de navios utilizados para contornar sanções internacionais.
Em 13 de maio, a Marinha da Estônia tentou interceptar o navio-tanque Jaguar, de bandeira gabonesa, suspeito de transportar petróleo russo em violação às sanções ocidentais. A embarcação recusou-se a cooperar, levando a Estônia a mobilizar helicópteros e aeronaves de vigilância. Em resposta, a Rússia enviou um caça Su-35, que teria violado brevemente o espaço aéreo estoniano, intensificando o impasse.
Dias depois, em 18 de maio, a Rússia deteve o navio-tanque Green Admire, de propriedade grega e bandeira liberiana, após sua partida do porto de Sillamäe, na Estônia. O navio foi interceptado em águas russas e desviado para a ilha de Gogland. Autoridades estonianas consideraram a ação uma retaliação direta à tentativa de inspeção do Jaguar.
Especialistas veem esses eventos como parte de uma estratégia mais ampla da Rússia para proteger sua frota sombra, essencial para sua economia em tempos de sanções. Sebastian Bruns, do Instituto de Política de Segurança da Universidade de Kiel, afirmou que “a Rússia está mais disposta a usar força militar para proteger sua frota sombra”.
A União Europeia e o Reino Unido responderam com novas sanções, visando navios associados à frota sombra russa. Estônia e Lituânia defendem medidas mais rígidas, incluindo a proibição de entrada desses navios em zonas econômicas exclusivas da UE.
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