Em maio de 2025, a Anvisa proibiu a fabricação, manipulação, distribuição, propaganda, venda e uso de todos os lotes do produto Metbala, uma goma à base de tadalafila da empresa FB Manipulação. A decisão ocorreu porque o produto não tinha registro sanitário e a empresa não possuía autorização para fabricar medicamentos.
É importante reforçar que, ao contrário do que muitos pensam, a tadalafila não é um suplemento, mas sim um medicamento. Ela é indicada para o tratamento da disfunção erétil e da hipertensão pulmonar e só deve ser utilizada com prescrição médica. O uso inadequado pode causar efeitos como dores de cabeça, rubor facial, congestão nasal, alterações na visão e até problemas cardiovasculares.
Nos últimos anos, esse medicamento se popularizou de forma indevida entre praticantes de academia. Muitos acreditam que ele pode melhorar a vasodilatação e, com isso, potencializar o ganho de massa muscular. No entanto, não há comprovação científica suficiente que justifique esse uso, e os riscos podem ser relevantes, especialmente quando o consumo ocorre sem controle.
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O perigo da suplementação sem orientação
Agora, trazendo esse tema para o olhar da nutrição, é preciso entender que o mesmo problema se repete no universo dos suplementos. A busca por resultados rápidos leva muitas pessoas a consumirem vitaminas, minerais e compostos bioativos sem qualquer avaliação profissional, o que pode gerar riscos reais para a saúde.
- Efeitos colaterais e interações: Suplementos mal utilizados podem causar efeitos adversos ou interagir com medicamentos, interferindo em tratamentos em curso.
- Doses excessivas: O uso contínuo e sem orientação de vitaminas como A, D, E e B12 pode levar à toxicidade, afetando órgãos como fígado e rins.
- Falsa sensação de segurança: Quando usados como substitutos de hábitos saudáveis, os suplementos podem mascarar deficiências nutricionais reais ou perpetuar comportamentos inadequados.
- Tendência dos gummies: Por terem sabor doce e textura agradável, eles se assemelham a balas. Muitas pessoas os consomem não por necessidade real, mas porque “são gostosos”. Isso leva ao uso desnecessário ou exagerado, principalmente quando não há orientação adequada.
Experiência em consultório
No consultório, vejo com frequência pacientes que usam vitaminas por conta própria, sem nenhum tipo de avaliação prévia. Em muitos casos, os exames revelam níveis excessivamente altos, o que pode ser tão prejudicial quanto uma deficiência. A longo prazo, esse excesso pode gerar efeitos adversos como alterações neurológicas e hepáticas.
Essa realidade mostra que até o que parece “inofensivo” pode causar problemas se usado sem critério. Suplementos não substituem alimentação adequada nem devem ser consumidos com base em sugestões da internet ou de conhecidos.
A importância da orientação profissional
Antes de iniciar qualquer suplementação, é fundamental buscar orientação profissional individualizada. Um nutricionista ou médico capacitado vai avaliar necessidades reais, exames laboratoriais, rotina alimentar, histórico de saúde e prescrever a suplementação (quando necessária) na dose, frequência e formato adequados.
A suplementação pode, sim, ter um papel importante, mas deve ser usada com critério, dentro de um planejamento coerente com os objetivos e com a segurança do paciente em primeiro lugar.
